Pintura a carvão vegetal

O vestígio mais fascinante deixado pelo homem através dos tempos em sua passagem pelo planeta foi, sem duvida a produção artística. Desta, a manifestação mais antiga, com certeza, foram os desenhos feitos nas paredes das cavernas. Aquelas pinturas rupestres são os primeiros exemplos de graffiti que encontramos na historia da arte. Elas representam animais, caçadores e símbolos muitos dos quais, ainda hoje, são enigmas para os arqueólogos, mas que de fato são significantes aos seres daquele contexto, como uma forma de expressão ou talvez transcrição do momento histórico. Não sabemos exatamente o que levou o homem das cavernas a fazer essas pinturas, mas o importante é que ele possuía uma linguagem simbólica própria.   

    É possível dissociar essa necessidades humanas da liberdade de expressão. São diversas influencias talvez, não se pode dizer que o graffiti seria talvez uma "vanguarda", pois o propósito fundamental do graffiti, não é apenas cores fortes, traços leves, e assim por diante, são diversos recursos com a intenção de compor o espaço urbano de modo a estabelecer uma maior identificação com o leitor.

    A palavra aqui usada e a grafia adotada (graffito), que vem do italiano, inscrição ou desenhos de épocas antigas, toscamente riscados a ponta ou a carvão, em rochas, paredes etc. Graffiti é o plural de graffito. No singular, é usada para significar a técnica (pedaço de pintura no muro em claro e escuro). No plural, refere-se aos desenhos (os graffitis do Palácio de Pisa), a respeito de outras grafias adotadas, escolhi a de origem italiana, por que há palavras, que devem permanecer em sua grafia original pela intensidade significativa com a qual se textualiza dentro de um contexto.

    Já no século XX, pintores mexicanos utilizando-se das técnicas da pintura mural, decoravam edifícios públicos. Como nos enormes murais executados por Diego Rivera, José Clemente Orozco e David Alfaro Siqueiros, quando convidados pelo então intelectual revolucionário José Vasconcelos, na ocasião em que, após uma serie de golpes de Estado, sobe ao poder. Em 1905, Dr. AIL (pseudônimo do pintor Bernardo Carnada) publicou um manifesto defendendo a necessidade de uma arte publica. Em Barcelona, quinze anos mais tarde, Siqueiros fez apelo aos artistas da América proclamando a necessidade de se lançarem todos à tarefa de promover uma arte capaz de fala às multidões. "Pintaremos os muros das ruas e das paredes dos edifícios públicos, dos sindicatos, de todos os cantos onde se reúne gente que trabalha" afirmou Siqueiros. 

    No Brasil dos anos 50, vários murais arrematavam as fachadas dos edifícios narrando temas da historia e da arte brasileira, como o realizado por Di Cavalcanti, com cerca de 15 metros de comprimento, na fachada do Teatro de Cultura Artística, na região central de São Paulo. Todos esses dados sobre muralismo, junto com a pop art, já apontavam para origem do graffiti contemporâneo enquanto expressão artística e humana. Essa manifestação, que começa a surgir no Brasil já nos anos 50, com a introdução do spray, segue pelos 60, passa pelos 70 e se consagra como linguagem artística nos anos 80, conquistando seu espaço na mídia, chegando à Bienal, a manchetes de jornais e até a novelas de TV, seguindo pelos anos 90, e assim diante, em   constante evolução.

    Pintura em carvão vegetal da uma nova expressão a arte, nuances de preto sobre a tela branca renovam a vida da obra e dão vigor aos traços.

    Pegue uma tela branca de sua preferência. As telas de tecido cru sem fundo absorvem maior quantidade de carvão assim dão traços mais fortes. Mais pode usar telas convencionais com fundo pré pintado.